Sabe aqueles
projetos que a gente começa, desenvolve por um tempo, acaba abandonando, mas
que vira e mexe renascem das cinzas, como uma fênix ressuscitada? Com o blog
“Nefurquim, para os amigos” é isso o que acontece...
Amo
escrever, tanto que minha formação acadêmica foi a Faculdade de Comunicação
Social, área de Jornalismo. Por contingências da vida, foi a profissão que
troquei para me tornar massoterapeuta – como sempre disse aos amigos, “quem
muito fere numa encarnação, vem na seguinte com a missão de ajudar muitos a se
curarem”. Então, foi essa a opção que fiz dez anos atrás.
Contudo,
para não abandonar de vez minha paixão pela escrita, comecei a colocar neste
blog umas “mal traçadas linhas”, a fim de não perder de vez o contato com a
arte das letras. O que aconteceu, é verdade, durante algum tempo.
Mas, como
muitos são os caminhos que podemos trilhar nesta vista, eis que se passaram
cinco anos desde a última vez em que postei um texto para “o deleite dos
amigos”, já que àquela época eu os deliciava com “a história que se escreve
sozinha” – que, só para informação, ainda não terminou...
Hoje, porém,
buscando retomar esse sonho que nunca me abandonou, volto a postar “Papos na
rede...” – o que pretendo sejam crônicas baseadas no nosso dia a dia –, bem
como a sequência, em capítulos, da história que ainda não acabou. Isso posto,
vamos ao que interessa.
Quando lia
Lourenço Diaféria, na Folha de São Paulo, ainda era criança, mas me encantava
com suas crônicas, retratos fiéis do cotidiano vivido pelo articulista. Alguém
já disse que existe “inveja boa”? Eu acredito que sim... Por isso, espero que
minhas histórias sejam também momentos de relaxamento e distração,
considerando-se o mundo turbulento em que atualmente vivemos.
Pensei,
então, em lhes contar um incidente que aconteceu dias atrás, quando minha
sobrinha-neta, a Maluzinha, comemorou seu primeiro ano de vida.
Engraçado
como as crianças, às vezes, vão tão confiantes de um colo a outro dos
familiares, sem se darem conta de que estão sendo transferidas de mão em mão. A
Maria Luísa estava no colo de uma das tias, irmã da mãe dela, saboreando um
pedacinho de pizza. Como eu queria registrar a data com uma foto da pequena em
meu colo, pedi licença à tia e levei a menina comigo, a fim de que outra das
tias, a irmã do pai (esta, minha sobrinha), fizesse a fotografia.
Pose tomada,
duas fotos batidas, minha sobrinha veio mostrar o resultado de seu registro.
Até então, Maluzinha continuava tranquila em meu colo, ainda saboreando o
finalzinho do seu pedacinho de pizza.
Foi quando
nos inclinamos sobre o celular de minha sobrinha que a reação da menina nos
surpreendeu: assim que se viu na foto, ela se sobressaltou, se inclinou para o
lado e me olhou como se estivesse me vendo pela primeira vez... Parece que até
esse momento, distraída e comendo, ela não se dera conta do colo em que estava!
Segundos depois, já refeita do aparente susto, ela voltou tranquilamente ao seu
finalzinho da pizza, como se nada demais tivesse acontecido. E, minutos depois,
quis brincar na piscina de bolinhas – que seu pai providenciara dentre os
outros brinquedos montados para as crianças se divertirem –, já que esta é, sem
dúvida alguma, uma de suas diversões preferidas.
O que eu
quis dizer com isso tudo, além de lhes contar esse instante hilário de
conscientização da Malu? Nada demais... Apenas que não importa se a criança
está acostumada a ver você todos os dias. O que interessa mesmo é o carinho que
lhe é transmitido com o calor dos braços e o afago das mãos. Se isso acontece, ela
nem vai perceber quem a está carregando – a menos que veja seu rosto
“estampado” ao lado do dela numa foto tirada para guardar de recordação!...