Tributo à Mãe Natureza

Tributo à Mãe Natureza
Pelas águas limpamos nossos corpos e nossas almas; com a água, nossos espíritos se nutrem...

domingo, 11 de abril de 2010

Capítulo II (parte 5)

Enquanto isso acontecia na cidade, os pais de Alceu conversavam na varanda da casa principal, na Pingo de Ouro, sobre as muitas visitas que Cláudia agora fazia à fazenda, sem a companhia de seu filho.

“Não sei, não, meu velho, mas não me agrada ter essa moça rondando sempre por aqui, a pretexto de trazer documentos para o Cássio”, comentava dona Esmeralda, enquanto o sr. Márcio balançava a cabeça concordando com a esposa.

“Antes, os malotes semanais davam conta de levar a correspondência da fazenda para o escritório de Alceu e trazer o que nosso filho precisava enviar ao Cássio. Então, de uma hora pra outra, tem papel pra assinar que não acaba mais... e tudo urgente, urgente! Isso não está me cheirando nada bem”, ponderou o antigo mestre-de-obras.

Mesmo que lhes faltasse o estudo acadêmico, a vida ensinara àquelas pessoas simples que bom senso e discernimento lhes indicava uma direção segura por onde conduzir sua existência. Apesar dos poucos recursos advindos do salário do sr. Márcio, como mestre-de-obras, e das costuras que dona Esmeralda fazia para a vizinhança da periferia onde moravam, nada lhes faltara em casa e, na economia das despesas do dia-a-dia, guardavam ainda o suficiente para auxiliar Alceu, enquanto ele cursava a faculdade.

Por isso, quando o filho se formou, eles também se sentiram recompensados pelos esforços conjuntos. E Alceu não os decepcionara, aplicando-se como estagiário e, em bem pouco tempo, como funcionário de um escritório dos mais conceituados na cidade de São Paulo.

Foi nesse local que conheceu Josephine, filha do sócio majoritário do escritório advocatício. Antes mesmo de se darem conta, estavam tão enamorados que o pai da moça só pôde mesmo, em reconhecimento também à capacidade profissional do rapaz, partilhar com ele a sociedade e aceitá-lo como genro.

Com a morte do sogro e de seus dois sócios, Alceu se tornou proprietário do negócio, uma vez que os outros herdeiros lhe venderam suas partes, tendo em vista que não se interessavam pelo escritório. Então, com seu jeito objetivo de conduzir os processos, foi amealhando resultados positivos em suas ações, o que acabou angariando mais e mais clientes, com lucros sempre crescentes para o advogado.