Capítulo I
As tristezas que nos invadem o coração, principalmente em certas tardes chuvosas, muitas vezes não têm explicação. Era isso o que estava acontecendo, naquele momento, com Cibele. Filha de pais separados, há meses já se acostumara àquela situação, especialmente depois de ter percebido que todo e qualquer esforço para tentar unir novamente o pai e a mãe resultara em fracasso.
Aos 16 anos de idade, suas preocupações se resumiam aos estudos – o curso de Inglês havia sido uma exigência do pai, que fazia questão de vê-la bem preparada “para a vida e para o competitivo mercado de trabalho”, como sempre frisava; e as aulas do curso Colegial, no Sagrado Coração de Jesus, escola particular das mais tradicionais na capital paulista.
Com o rosto colado na vidraça da janela de seu quarto, ela olhava para a chuva que caía na rua em frente ao edifício onde ocupava, agora apenas com sua mãe, confortável apartamento de três dormitórios enormes, todos suítes, além das espaçosas salas de estar e jantar. O imóvel contava ainda com um pequeno escritório (antes utilizado pelo pai, atualmente quase que só freqüentado por Jurema, a empregada que executava a limpeza da casa) e uma saleta de jogos, transformada pela mãe em sala de música e tevê.
Sua vida transcorria de forma aparentemente tranqüila, e até poderia considerar-se totalmente feliz, se não fosse por um pequeno detalhe... ínfimo, se comparado a todos os bens materiais que possuía e ao conforto de que desfrutava, mas essencial porque deixava um vazio enorme em seu coração: a saudade que sentia de seus avós paternos.
Desde que os pais tinham se separado, as viagens à fazenda de vovô Márcio e vovó Esmeralda haviam se limitado a apenas duas visitas anuais – uma em julho e outra em dezembro –, que não passavam de uma semana em cada período.
Sentia o coração bem apertado ao se lembrar dos abraços carinhosos dos avós toda vez que chegava, e das lágrimas que escorriam pelos rostos enrugados e queimados de sol daquelas duas pessoas que amava tanto, quando chegava a hora da partida.
A restrição aos passeios freqüentes à casa dos ex-sogros partira de Josephine, a mãe de Cibele, após a separação algo tumultuada, que aconteceu depois de a mulher ter descoberto o caso entre Alceu (o ex-marido) e a secretária.
Desde que a conhecera, três anos antes, Josephine não sabia dizer por quê, mas a tal Cláudia não lhe agradara. Não sabia dizer se era pelo seu ar arrogante, ou pelo hábito de olhar para os homens e, quase imperceptivelmente, passar a língua pelos lábios.
Parecia uma devoradora de homens. Não só parecia... afinal, Alceu estava completamente nas mãos de Cláudia – virara um fantoche que fazia tudo o que a amante lhe ordenava.
Por isso, mesmo gostando muito dos pais do ex-marido, preferia limitar os contatos da filha com Alceu, que freqüentemente passava os finais de semana na fazenda – sempre acompanhado por Cláudia.
passaram por lá e diversas partes do mundo , segundo os demonstradores de visitantes que estão na página inicial, e quase ninguém deixou comentário.Faça a tua parte, se não lerem hoje lerão no futuro.As vezes, nas minhas pesquisas, entro em blogs que foram escritos anos atrás e até já estão desativados, e neles aprendo muito.
ResponderExcluirSucesso!Beijos.
Não sei porque o comentário saiu pela metade, vou reescrever.
ResponderExcluirAdorei o texto e acho que história promete ser boa.
Não desanime se não tiver comentários.Comecei meu blog em maio e até agora já estiveram lá mais de dez mil leitores de diversas partes do mundo, segundo os demonstradores de visitantes que estão na página inicial.Faça a tua parte, se não lerem hoje, lerão no futuro.As vezes, nas minhas pesquisas, entro em blogs que foram escritos anos atrás e até já estão desativados, e neles aprendo muito.
Sucesso!Beijos.
Nicéia, a história promete. O texto está enxuto e bem feito.
ResponderExcluirAbraço
Akio